FOTO DOS ARQUIVOS DA POETA LÚCIA HELENA PEREIRA - Dr. ENÉLIO PETROVICH
Enélio
Petrovich, O Guardião da História dos Potiguares
Por Jania Souza
Hoje, Dia de Reis.
Reis visionários.
Astrólogos, astrônomos. Ao certo, relata-se que previram a conexão astral do
nascimento do Messias e correram para reverenciá-lo e aclamá-lo como o Filho da
Luz.
Suas Majestades
terrenas Gaspar, Belchior e Baltazar tomaram seus camelos, escravos,
mercadorias e presentes; atravessaram os desertos, muitos por aquelas bandas. Então
seguiram o brilho da magnífica estrela, Estrela Guia, até as cercanias da
manjedoura em Belém. Cidade suave, até refrescante, encravada sobre as
montanhas e o sol.
Em suas buscas, os Reis
Magos, por suas qualidades científicas e de magia, depararam-se com o rei dos
judeus, à época, o orgulhoso e também tirano, embora servo de Roma, Herodes.
Muda-se a época, perpetuam-se os fatos similares. Esse quis ludibriar os
visitantes, interessado em sumir com a sagrada criança. Contudo, a profecia foi
preservada e o Menino Divino em seu leito de nascituro foi adorado,
reverenciado e exaltado com os presentes dos emissários da verdade. Recebeu ouro,
incenso e mirra. E o mundo foi possuído pelo amor da redenção através da
salvação.
Nos velhos novos
livros, há esse registro.
Entre livros viveu Dr.
Enélio Petrovich. Homem sábio, doutor. Escritor e incentivador da preservação
da memória do seu povo.
Orgulhava-se com
ternura de realizar seu ofício, guardião da história dos potiguares.
Em vida, não conseguiu
se desapegar dos livros, das páginas encardidas dos pergaminhos e dos papiros.
Mapas, cartas, contos, atas, relatórios, contas, histórias, romances, palavras.
Palavras escritas com os símbolos das letras, dos vocábulos, da fonética
oriunda de línguas diversas de povos vários de tradições e nações controversas.
Tudo misturado na transformação do novo povo que surgiu. O povo brasileiro
habitante da esquina das Américas.
Doutor Enélio, a nação
potiguar papa-jerimum só tem a agradecer sua passagem por esses lados. Lados às
vezes tão dispersos, tão separados. Com
carinho, zelo e amor à história do seu povo legaste a vontade de contribuir, de
trabalhar, de realizar, de unir, de reunir e de preservar o acervo material e
imaterial da cultura do Rio Grande do Norte. Exemplo que muitos seguiram ao
darem-se as mãos e prosseguirem na administração do Instituto Histórico
Geográfico, patrimônio de todos, que deve seguir forte e estruturado para dar
testemunho às novas gerações.
Amigo, siga em paz,
pois lutaste o bom combate e semeaste a boa palavra em sua passagem como um
presente dos Reis.
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