SONATA DA RUA ONDE MOREI...
Curioso e soturno, volto à rua onde morei,
E vejo passar o filme da infância
Na minha memória ainda fresca.
Hesito. Respiro. Julgo ouvir minha mãe
Chamando: - Menino, venha estudar...
Amanhã você tem prova de matemática!
Duas lágrimas rolam, quando miro a casa
Em frente e pareço sentir a presença
Do amigo poeta F. Gilvan Batista
(Que se foi desta para outra melhor)
Recitar-me a sua mais recente poesia.
Ah! Lembranças que me torturam! Ais!
A velha casa de três cômodos está nova...
As crianças já não brincam de esconde-
esconde... O silêncio não é mais o mesmo!
A rua onde morei não é mais a mesma...
Nem a ex-namorada é mais a mesma...
(Ela nunca soube qu'eu era seu namorado!)
Tempo implácavel... A rua onde eu morei,
Não lembra mais de mim!
22/09/2009 - D I L S O N - NATAL/RN.
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